Modelos, dançarinas de programas de TV, rainhas de bateria, ex-capas de revista masculina e até atrizes. Belas e consagradas mulheres que fazem parte de uma rede de prostituição de luxo estão na mira da Polícia Federal. Em alguns programas, as mulheres viajam para o exterior para satisfazer seus clientes gringos.
O programa mais caro chega a custar R$ 20 mil. O esquema das famosas da televisão cobiçadas por políticos, jogadores de futebol e empresários foi descoberto com a Operação Harém. O jornal Folha de São Paulo teve acesso às gravações e publicou reportagem ontem com o esquema.
As ligações seguem a mesma linha. Um cliente do Paraná liga querendo sair com alguém consagrado e a agenciadora faz a oferta de várias mulheres, citando nomes de uma modelo, uma dançarina de programas de TV e uma ex-capa de revista.
Numa conversa, é dito que uma paulista que já posou diversas vezes em capas de revistas masculinas e é destaque de escolas de samba foi à França atender um jogador de futebol. Custo: R$ 6 mil. Os acusados podem responder por tráfico internacional de pessoas para exploração sexual. Em outra ligação, o preço mais alto é negociado.
O homem quer passar a noite com uma famosa que é casada e tem filhos. Ela cobra R$ 20 mil.
Segundo a PF, o esquema era liderado por Yzamak Amaro da Silva, o Mazinho, e Luiz Carlos Oliveira Machado, conhecido como Luiz da Paulista. Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas.
De acordo com as escutas, obtidas pelo jornal Folha de São Paulo, os envolvidos na rede de prostituição seguiam sérias regras de conduta. As mais exigentes são as mais famosas. Elas exigem que o programa seja feito em hotel de luxo, com entrada pela garagem. A relação sexual nesses casos deve ser padrão.
A travesti Patrícia Araújo confirma o interesse dos homens. "Convite sempre tem, não só de políticos, mas eu nunca aceitei", diz. Para Yane de Simone, a Mulher Filé, cada um faz o que quer: "Já recebi convites, mas não aceitei. No entanto, não posso recriminar quem faz. Cada um cuida da sua vida".
Das 12 mulheres indicadas como testemunhas de acusação pelo Ministério Público, três frequentam as telas da TV e duas já foram capa de revistas masculinas.
O caso da modelo que foi para a França foi usado nos relatórios da Polícia Federal para comprovar que os aliciadores relacionados na investigação feita durante a operação cometeram crimes de tráfico internacional de pessoas para exploração sexual.
A reportagem acima foi elaborada pelo Meia Hora e contém informações do Agora. O assunto também ganhou repercussão no O Dia, Gazeta de Alagoas e diversos portais da internet não apenas no Brasil. Um lado triste que alguns talentos (ou não tão talentos assim...) resolvem seguir para conseguir mais espaço na telinha. Uma realidade que persiste desde os primórdios da televisão no Brasil e que dificilmente será mudada.