A vitória dá para a Espanha a honra de ser a primeira seleção da Europa a conquistar o troféu mais desejado do futebol fora de seu continente. O 1 a 0 também derruba uma invencibilidade de 24 jogos do time Laranja, incluindo partidas antes do Mundial. É a terceira vez que a Holanda fica com o vice-campeonato: as outras duas foram em 1974 e em 1978.
O jogo ficou marcado pela falta de criatividade e pelo excesso de marcação. Foram treze cartões amarelos e um vermelho, sendo oito deles para a Holanda, que abusou da boa vontade do juiz inglês Howard Webb. Por outro lado, Robben, pelo lado Laranja, e David Villa, pela Fúria, perderam chances inacreditáveis, que definiriam o jogo.
O resultado não poderia ser outro a não ser a prorrogação, que apresentou o mesmo estilo de jogo dos 90 minutos regulamentares. Os goleiros trabalharam algumas vezes, jogadores reclamando com Howard Webb e pouco futebol bonito, totalmente contra as expectativas de antes da partida, quando grande parte da mídia e da torcida esperava a consagração do futebol bonito. Essa foi a sexta final que teve prorrogação. As decisões de 1934, 1966, 1978, 1994 e 2006 seguiram o mesmo caminho.
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Logo aos 4 minutos, a Espanha mostrou que estava decidida a sair na frente. Sérgio Ramos sofreu falta e foi para dentro da área tentar aproveitar o cruzamento. A bola foi alçada na área, e ele mesmo conseguiu um belo cabeceio. Stekelenburg fez excelente defesa e espalmou a bola. Os espanhois ainda tentaram aproveitar o rebote, mas a zaga Laranja afastou o perigo.
Sergio Ramos queria mesmo ser o nome do jogo. Seis minutos mais tarde, ele recebeu a bola pela direita e driblou Kuyt com direito a pedalada. Já dentro da pequena área, ele chutou cruzado e Heitinga cortou o cruzamento, mandando a bola para escanteio. Na batida da bola parada, David Villa pegou no segundo pau e chutou na rede pelo lado de fora.
A primeira resposta da Holanda foi aos 17 minutos. Sneijder bateu falta praticamente da mesma posição de onde balançou as redes do Brasil. A bola cruzou perigosamente a área inteira, mas Casillas não teve tantas dificuldades para encaixar a estreante da noite, a Jobulani.
Pouco tempo depois, De Jong protagonizou uma jogada digna de lutas. O volante da Holanda deu um chute com as travas da chuteira no peito de Xabi Alonso. Imediatamente, os espanhois cercaram o juiz inglês cobrando o cartão vermelho. O amarelo ficou muito barato para De Jong. Àquela altura, a Espanha dominava cerca de 57% da posse de bola, contra uma Holanda que procurava explorar os contra-ataques e abusava das faltas.
Aos 47 minutos, a Laranja resolveu criar perigo. Novamente Sneijder usou da bola parada para assustar o adversário. Ele cruzou para dentro da área, e Heitinga desviou. Puyol apareceu em cima da hora e desviou para fora da área, onde Robben estava esperando. Ele chutou quase que de primeira para Casillas praticar uma ótima defesa e colocar para escanteio. Ali terminava o primeiro tempo de muita pegada e pouco futebol bonito que tanto prometiam antes de o jogo começar.
O segundo tempo começo da mesma forma do primeiro. Desta vez, depois de um escanteio batido aos 2 minutos da etapa inicial, Puyol desviou a bola na primeira trave e viu seus companheiros errarem a tentativa de completar a bola para o gol. Já foi a primeira grande chance na volta do jogo após o intervalo. Sete minutos depois, Xavi bateu uma falta a 27 metros do gol direto para o gol. Stekelenburg só acompanhou, e a bola bateu na rede pelo lado de fora.
O jogo era muito nervoso. Se a Espanha tinha passado boa parte da primeira fase sem tomar cartão amarelo, na final recebeu dois. Talvez reação da violência da Holanda, que já somava cinco advertências aos 12 minutos do 2º tempo.
O lance mais importante do jogo até então foi acontecer aos 16 minutos da etapa final. Robben recebeu a bola de um belo lançamento de Sneijder e ficou cara a cara com Casillas. Ele esperou o goleiro decidir o canto para tentar colocar no canto oposto. O atacante fez exatamente isso, mas a bola bateu caprichosamente no pé de Casillas, indo para escanteio.
A Espanha rapidamente respondeu. Aos 24 minutos, Heitinga furou a bola como zagueiro de várzea. A bola sobrou cara a cara com aquele que seria o artilheiro do Mundial e provavelmente o melhor jogador da Copa caso transformasse a chance em gol. David Villa chutou de dentro da pequena área e perdeu a chance que seria impossível de acreditar que ele perderia. O mesmo Heitinga, que acabaria como vilão do jogo, conseguiu, mesmo caído, desviar a bola para escanteio.
Depois, aos 32 minutos, mais uma jogada de bola área levou perigo para os holandeses. Sérgio Ramos entrou praticamente sozinho na pequena área e deu uma cabeçada muito forte. A bola passou por cima da trave para o desespero dos espanhois.
Aos 37 minutos, Robben teve mais uma vez a chance do jogo. Recebeu passe de Van Persie, ganhou na corrida de Puyol, que tentou o agarrar. Mesmo assim, ele conseguiu sair frente a frente com Casillas, mas deixou a bola escapar na hora da conclusão. Ele caiu no chão e imediatamente saiu correndo para reclamar com Howar Webb. O juiz ouviu as críticas e respondeu com o amarelo. Era o último grande lance do tempo regulamentar.
Logo no primeiro lance da prorrogação, Iniesta reclamou de falta dentro da área de De Jong. O juiz nada fez e mandou o jogo seguir de maneira acertada. Pouco tempo depois, Fabregas ficou cara a cara com o goleiro. Ele estava tão livre que pôde até escolher o canto que iria bater. Stekelenburg usou a canela esquerda para salvar a Holanda.
O primeiro cartão vermelho saiu só aos 3 minutos do segundo tempo. Iniesta ficaria cara a cara com passe de Xavi, mas Heitinga preferiu não acreditar novamente em Stekelenburg e segurou o meia espanhol. Ele tomou o segundo cartão amarelo e assistiu ao resto do jogo do vestiário.
O mesmo Iniesta, no entanto, estava predestinado a ser o heroi da partida. Ele recebeu a bola aos 11 minutos do 2º tempo da prorrogação de Fabregas. Ele deixou a bola pingar e, de pé direito, chutou cruzado e muito forte. Sem nenhuma chance para Stekelenburg. Era o gol do título.
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