Quem vai sair da Fazenda? Gui Pádua, Renata Banhara ou Taciane Ribeiro?
Redirecionamento
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Conheça o projeto do TV a Ver para as Eleições 2010
A partir de agora, toda a cobertura do 1° e do 2° turno (se houver) das Eleições 2010 estará aqui no TV a Ver. No dia do pleito, o blog vai ter uma cobertura especial desde a abertura das seções até a divulgação dos resultados. Tudo em tempo real.
E como não poderia deixar de ser, estaremos de olho na cobertura de todas as emissoras. A cobertura em tempo real também se aplicará aos debates de Record e Globo.
Então, todos estão convidados para acompanhar a melhor cobertura independente. A partir de hoje, de forma oficial.
Sabatinas suspensas
Alguns candidatos mesmo após confirmarem a participação na sabatina do TV a Ver, não enviaram seus retornos para nossa equipe. Vários deles já fizeram isso com os portais Terra, iG, MSN, Folha/UOL e com as emissoras MTV e TV Aparecida. Lamentável.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Derrota com sabor de vitória
Com informações do Globoesporte.com
Se existem derrotas que valem mais que vitórias, o Brasil experimentou o sabor de uma delas nesta segunda-feira. Após duas atuações apagadas contra os fracos Irã e Tunísia, a seleção de Rubén Magnano se agigantou – e logo contra os Estados Unidos. Perdeu o jogo, mas ganhou moral. Vestindo verde e se agarrando à esperança o tempo todo, a equipe virou o primeiro tempo na frente, manteve o placar apertado até o fim e só viu a vitória escapar na última bola. No banco, o carrasco Rubén Magnano quase beliscou mais uma em cima dos craques da NBA. Desta vez não deu, 70 a 68. Mas foi, com sobras, a atuação que o Brasil perseguia para recuperar a confiança.
Após o alívio de segunda-feira, a seleção ganha uma merecida folga na terça e só volta à quadra na quarta, para enfrentar a Eslovênia. Aí, sim, começa para valer a briga por posições no grupo B. A primeira fase termina na quinta, contra a Croácia. Os quatro primeiros se classificam para as oitavas de final.
Durante o aquecimento, o armador Russel Westbrook dançava após cada bandeja. Kevin Durant era mais comedido que seu companheiro. Olhava Anderson Varejão fora da quadra e parecia imaginar que, sem o ala-pivô do Cleveland Cavaliers, encontaria do outro lado uma equipe fragilizada. Enganou-se. Um Brasil atento, preciso no ataque e na defesa e com postura de vencedor mostrou a sua cara. Fez o que nenhuma outra seleçao da chave conseguiu: virar o primeiro quarto na frente dos americanos (28 a 22).
Quem achava que já era o suficiente se surpreendeu com o segundo período. Assustados, os americanos não conseguiam pôr em prática os contra-ataques que até então tinham sido letais. A marcação brasileira fechava a porta e só Kevin Durant ousava tentar passar por ela. A jovem estrela carregava o time nas costas e ouvia a arquibancada pedir por defesa depois que a diferença chegou aos oito pontos (33 a 25).
Na metade do segundo quarto caiu para um, após um breve momento de desatenção que levaou a erros bobos de passe. Nada que não pudesse ser recuperado por Marquinhos, com a mão certeira da linha de três. Que não pudesse ser resolvido por Splitter, gigante nos dois garrafões. Com a pontuação bem distribuída, os comandados de Magnano sobraram e conseguiram o que soava impossível: foram para o intervalo carregando uma vantagem de 46 a 43.
Antes da volta para os últimos dez minutos, uma pane no placar colocava os americanos na posição confortável que vinham encontrando no torneio: 61 a 0 a seu favor. Era só um erro tecnológico. Ao fundo, a trilha sonora parecia ter sido escolhida a dedo para os brasileiros.
Tocava I got a feeling, do Black Eyed Peas, prevendo o sentimento de uma noite boa Istambul. Durant começou a errar lances livres. Marquinhos acertava mais uma de três e ganhava vaias como resposta.
Os americanos tinham mais um ataque e dois pontos de frente. Erraram. Restando 7s, com a Abdi Ipekci de pé, Huertas partiu para a cesta, sofreu falta e a bola caprichosamente bateu no aro e não caiu. A 3s, ela chorou de novo no primeiro lance livre. Ele errou o segundo de propósito para aproveitar o rebote, mas Leandrinho, bem marcado, não conseguiu converter os pontos que dariam o empate. Fim de jogo. Os americanos aplaudiam, e no centro da quadra os brasileiros se abraçavam, certos do dever cumprido.
Se existem derrotas que valem mais que vitórias, o Brasil experimentou o sabor de uma delas nesta segunda-feira. Após duas atuações apagadas contra os fracos Irã e Tunísia, a seleção de Rubén Magnano se agigantou – e logo contra os Estados Unidos. Perdeu o jogo, mas ganhou moral. Vestindo verde e se agarrando à esperança o tempo todo, a equipe virou o primeiro tempo na frente, manteve o placar apertado até o fim e só viu a vitória escapar na última bola. No banco, o carrasco Rubén Magnano quase beliscou mais uma em cima dos craques da NBA. Desta vez não deu, 70 a 68. Mas foi, com sobras, a atuação que o Brasil perseguia para recuperar a confiança.
Após o alívio de segunda-feira, a seleção ganha uma merecida folga na terça e só volta à quadra na quarta, para enfrentar a Eslovênia. Aí, sim, começa para valer a briga por posições no grupo B. A primeira fase termina na quinta, contra a Croácia. Os quatro primeiros se classificam para as oitavas de final.
Durante o aquecimento, o armador Russel Westbrook dançava após cada bandeja. Kevin Durant era mais comedido que seu companheiro. Olhava Anderson Varejão fora da quadra e parecia imaginar que, sem o ala-pivô do Cleveland Cavaliers, encontaria do outro lado uma equipe fragilizada. Enganou-se. Um Brasil atento, preciso no ataque e na defesa e com postura de vencedor mostrou a sua cara. Fez o que nenhuma outra seleçao da chave conseguiu: virar o primeiro quarto na frente dos americanos (28 a 22).
Quem achava que já era o suficiente se surpreendeu com o segundo período. Assustados, os americanos não conseguiam pôr em prática os contra-ataques que até então tinham sido letais. A marcação brasileira fechava a porta e só Kevin Durant ousava tentar passar por ela. A jovem estrela carregava o time nas costas e ouvia a arquibancada pedir por defesa depois que a diferença chegou aos oito pontos (33 a 25).
Na metade do segundo quarto caiu para um, após um breve momento de desatenção que levaou a erros bobos de passe. Nada que não pudesse ser recuperado por Marquinhos, com a mão certeira da linha de três. Que não pudesse ser resolvido por Splitter, gigante nos dois garrafões. Com a pontuação bem distribuída, os comandados de Magnano sobraram e conseguiram o que soava impossível: foram para o intervalo carregando uma vantagem de 46 a 43.
O estrango era tamanho que o técnico Mike Krzyzewski se levantou da cadeira, abandonou o temperamento zen e reclamou muito com sua equipe. O Brasil continuava ditando o ritmo e isso o incomodava. Durant e Derrick Rose trataram de acalmar o chefe. Foram eles que colocaram os Estados Unidos na frente: 52 a 50. Magnano pensava rápido, coçava a cabeça e chamava Alex para o jogo, já que Huertas estava pendurado com quatro faltas, mesma condição de Splitter. O time sentiu o golpe com a saída do armador. Em uma sequência sem sucesso de arremessos longos, deixou o adversário escapar (61 a 55). Por pouco tempo. Leandrinho tomou a iniciativa e diminuiu ao fim do terceiro período: 61 a 59.
Antes da volta para os últimos dez minutos, uma pane no placar colocava os americanos na posição confortável que vinham encontrando no torneio: 61 a 0 a seu favor. Era só um erro tecnológico. Ao fundo, a trilha sonora parecia ter sido escolhida a dedo para os brasileiros.
Tocava I got a feeling, do Black Eyed Peas, prevendo o sentimento de uma noite boa Istambul. Durant começou a errar lances livres. Marquinhos acertava mais uma de três e ganhava vaias como resposta.
Os americanos tinham mais um ataque e dois pontos de frente. Erraram. Restando 7s, com a Abdi Ipekci de pé, Huertas partiu para a cesta, sofreu falta e a bola caprichosamente bateu no aro e não caiu. A 3s, ela chorou de novo no primeiro lance livre. Ele errou o segundo de propósito para aproveitar o rebote, mas Leandrinho, bem marcado, não conseguiu converter os pontos que dariam o empate. Fim de jogo. Os americanos aplaudiam, e no centro da quadra os brasileiros se abraçavam, certos do dever cumprido.
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Os lados já estão definidos
Depois do tom agressivo na entrevista de Dilma Rouseff ao Jornal Nacional, William Waack que complicou a Globo ao soltar um cala boca Dilma no meio de uma matéria. Microfone aberto é um perigo, né? Boris Casoy deve saber bem disso.
Direito de resposta da Globo
O Jornal da Globo vai ao ar, ao vivo, diretamente da redação em São Paulo, com seus jornalistas trabalhando normalmente durante a exibição. Ocasionalmente, as conversas na redação se avolumam e o som prejudica a concentração dos apresentadores. Não é frequente, mas não é raro. Nessas ocasiões, pede-se silêncio. Foi o que aconteceu na última quinta-feira, na exibição da cobertura do dia-a-dia dos candidatos, durante a reportagem sobre a candidata do PT, Dilma Roussef. Incomodado com o barulho, o apresentador William Waack, dirigindo-se ao assistente de estúdio e se referindo aos colegas de redação, localizados atrás da bancada, disse, rapidamente: Manda calar a boca. Infelizmente, por falha técnica, o microfone de Waack estava aberto e a frase foi sobreposta à reportagem. Trecho desse incidente, sem essa explicação, foi postado na internet, razão pela qual essa nota está sendo divulgada. Aos telespectadores, a TV Globo pede desculpas pela falha.
Mas no Twitter, um jornalista e o proprietário da Record estão prontos para fazer a defesa de Dilma.
O problema do Serra é ... o Serra. Ele é um blefe
Paulo Henrique Amorim
Presidente Lula é humilhado... e os humilhados são... - http://migre.me/185KH
Edir Macedo
Nada declarado abertamente, como devemos esperar, mas quem aqui não notou o candidato preferido de cada emissora nas eleições 2010?
Direito de resposta da Globo
O Jornal da Globo vai ao ar, ao vivo, diretamente da redação em São Paulo, com seus jornalistas trabalhando normalmente durante a exibição. Ocasionalmente, as conversas na redação se avolumam e o som prejudica a concentração dos apresentadores. Não é frequente, mas não é raro. Nessas ocasiões, pede-se silêncio. Foi o que aconteceu na última quinta-feira, na exibição da cobertura do dia-a-dia dos candidatos, durante a reportagem sobre a candidata do PT, Dilma Roussef. Incomodado com o barulho, o apresentador William Waack, dirigindo-se ao assistente de estúdio e se referindo aos colegas de redação, localizados atrás da bancada, disse, rapidamente: Manda calar a boca. Infelizmente, por falha técnica, o microfone de Waack estava aberto e a frase foi sobreposta à reportagem. Trecho desse incidente, sem essa explicação, foi postado na internet, razão pela qual essa nota está sendo divulgada. Aos telespectadores, a TV Globo pede desculpas pela falha.
Mas no Twitter, um jornalista e o proprietário da Record estão prontos para fazer a defesa de Dilma.
O problema do Serra é ... o Serra. Ele é um blefe
Paulo Henrique Amorim
Presidente Lula é humilhado... e os humilhados são... - http://migre.me/185KH
Edir Macedo
Nada declarado abertamente, como devemos esperar, mas quem aqui não notou o candidato preferido de cada emissora nas eleições 2010?
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Resumo das datas especiais que marcaram a semana
3 momentos em especial mereceram a atenção dos admiradores do universo televisivo nesta semana. O final da temporada de Malhação, o aniversário de 5 anos do Hoje em Dia e o aniversário de 29 anos do SBT.
Era Fiuk chega ao fim na Malhação
Algumas semanas atrás já tinha criticado os rumos tomados pela novelinha. Nada mudou. Não há perspectiva de algo melhor. O jeito é partir para TV a cabo ou DVDs nesse horário onde também estão no ar as inúmeras reprises de Todo Mundo Odeia o Chris, o Casos de Família e o Brasil Urgente do Datena.
Hoje em Dia completa 5 anos
O programa está voltando aos seu formato normal aos poucos, ainda bem! Minhas críticas já começam a perder sentido com o matinal engatinhando um retorno a briga pela liderança do ranking de audiências. Abaixo, alguns trechos do programa especial que foi ao ar hoje e surpreendeu pela ausência de Ana Hickmann e Britto Jr. entre os convidados.
Enquanto isso, SBT completa 29 anos
Se o Hoje em Dia está com boas perspectivas para seu próximo aniversário, o caminho do SBT não é tão promissor assim. A emissora segue cometendo erros primários e deixa o caminho livre para Record mesmo sem ter uma grade empolgante se isolar com facilidade na vice-liderança. E a atual administração não vai resolver isso. Silvio, custa chamar a Daniela Beyruti de volta?
Era Fiuk chega ao fim na Malhação
Nova temporada de Malhação já tem logotipo definitivo
Algumas semanas atrás já tinha criticado os rumos tomados pela novelinha. Nada mudou. Não há perspectiva de algo melhor. O jeito é partir para TV a cabo ou DVDs nesse horário onde também estão no ar as inúmeras reprises de Todo Mundo Odeia o Chris, o Casos de Família e o Brasil Urgente do Datena.
Hoje em Dia completa 5 anos
O programa está voltando aos seu formato normal aos poucos, ainda bem! Minhas críticas já começam a perder sentido com o matinal engatinhando um retorno a briga pela liderança do ranking de audiências. Abaixo, alguns trechos do programa especial que foi ao ar hoje e surpreendeu pela ausência de Ana Hickmann e Britto Jr. entre os convidados.
Enquanto isso, SBT completa 29 anos
Se o Hoje em Dia está com boas perspectivas para seu próximo aniversário, o caminho do SBT não é tão promissor assim. A emissora segue cometendo erros primários e deixa o caminho livre para Record mesmo sem ter uma grade empolgante se isolar com facilidade na vice-liderança. E a atual administração não vai resolver isso. Silvio, custa chamar a Daniela Beyruti de volta?
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Acaba Uma Rosa com Amor. A substituta? Fica para novembro!
O texto sobre o final de Uma Rosa com Amor está chegando (muito) atrasado, mas está chegando. Peço desculpas aos leitores.
Uma Rosa com Amor encerrou seu ciclo na última segunda-feira com resultados medianos para o SBT. O último capítulo foi o único da trama a atingir a sonhada meta de 2 dígitos, a média geral ficou nos 6 pontos. Bem menos do que a média geral de A Escrava Isaura, que marcou a estreia de Tiago Santiago na Record, na ocasião a novela da Record acabou com 13 pontos de média final.
Só que a Rosa simplesmente não vai ter substituta. Pelo menos não inédita. Canavial de Paixões entrou para tapar o buraco deixado na grade enquanto Corações Feridos ainda não tem data definida para estreia. A estratégia do SBT começa a surtir efeitos. Para as concorrentes, claro. Canavial ontem fez 3.6 de média e empatou com o TV Fama.
Uma Rosa com Amor encerrou seu ciclo na última segunda-feira com resultados medianos para o SBT. O último capítulo foi o único da trama a atingir a sonhada meta de 2 dígitos, a média geral ficou nos 6 pontos. Bem menos do que a média geral de A Escrava Isaura, que marcou a estreia de Tiago Santiago na Record, na ocasião a novela da Record acabou com 13 pontos de média final.
Só que a Rosa simplesmente não vai ter substituta. Pelo menos não inédita. Canavial de Paixões entrou para tapar o buraco deixado na grade enquanto Corações Feridos ainda não tem data definida para estreia. A estratégia do SBT começa a surtir efeitos. Para as concorrentes, claro. Canavial ontem fez 3.6 de média e empatou com o TV Fama.
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010
América pintada de vermelho: Inter venceu o Chivas de virada por 3 a 2 no Beira-Rio e leva o bi
O Inter venceu o Chivas por 3 a 2 nesta quarta-feira e conquistou o bicampeonato da Copa Libertadores diante de sua torcida, que lotou o estádio Beira-Rio. Quatro anos após a primeira conquista continental, que aconteceu em 2006, o Colorado volta a comemorar a conquista da América.
Com gols de Rafael Sóbis e Leandro damião, que substituiu o atacante, o Inter virou pra cima dos mexicanos venceu a partida. Um empate já bastava aos gaúchos, que haviam vencido o jogo de ida no México por 2 a 1. O Inter já estava classificado para o Mundial de clubes da Fifa, que será disputado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, em dezembro. Só que agora, chega no torneio como campeão da América do Sul.
A partida começou muito truncada. Sem Alecsandro, que sentiu contusão e foi vetado pouco antes da partida, Rafael Sóbis ficou com a missão de comandar o ataque Colorado. Logo aos oito minutos, o atacante deu trabalho à defesa mexicana. Sóbis ganhou de Luna na corrida e foi derrubado pelo mexicano, que levou o amarelo.
Apesar do início corrido, o Inter pouco fez na primeira etapa. E, aos 42min, o Chivas fez o gol que daria o título aos mexicanos. Fabián acertou um lindo chute da entrada da área e colocou o time visitante na frente.
Na saída para o intervalo, Tinga resumiu o que o Inter precisava no segundo tempo.
- Tem que fazer dois gols. Não tem outro jeito.
No primeiro tempo, o Inter chutou muito pouco ao gol adversário, contrariando o que o técnico Celso Roth havia pedido antes da partida. Foram apenas três finalizações no primeiro tempo contra o gol do Chivas.
Na segunda etapa, o técnico Celso Roth não fez substituições, mas reposicionou o time e pediu mais finalizações. O pedido deu certo logo nos primeiros minutos.
Logo no primeiro minuto do segundo tempo, Taison avançou pelo meio e chutou de bico. A finalização pegou o goleiro de surpresa, mas mesmo assim ele conseguiu fazer a defesa. Menos de dois minutos depois, outra finalização, de D'Alessandro, também foi defendida por Luis Michel.
Aos 16min, o Inter fez o gol de empate. Kléber avançou pela esquerda e cruzou para a área. Rafael Sóbis se antecipou ao goleiro e tocou de bico para o gol: 1 a 1. O fato estranho após o empate foi ver o atacante comemorar sozinho o gol. Nenhum companheiro correu para abraçá-lo, como é comum no futebol.
A virada aconteceu aos 31min. Leandro Damião, que havia acabado de entrar, avançou pelo meio e bateu firme na saída do goleiro do Chivas: 2 a 1.
O Inter ampliou o placar no fim do jogo. Aos 44min, Giuliano recebeu na entrada da área e tocou por cima do goleiro Luis Michel: 3 a 1.
O Chivas ainda descontou logo na sequência, com Magallón, que pegou o rebote depois de um cruzamento na área. Mas não foi suficiente para impedir o Inter de comemorar o bicampeonato da Libertadores.
Após o apito final, alguns jogadores das duas equipes iniciaram uma briga, mas a confusão foi contornada em pouco tempo.
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segunda-feira, 16 de agosto de 2010
A liderança é de todos
Dentre as emissoras consideradas grandes, só a Band ficou de fora da noite fantástica de ontem. O Domingo Espetacular (como de praxe), o Pânico na TV (como acontece ocasionalmente) e o Programa Silvio Santos (que não em tradição de ficar em 1° em SP) conseguiram bater o jornalístico da Globo, porém em momentos distintos.
Sem o impulso da Dança dos Famosos fechando o Faustão, o reality voltou a marcar menos de 20 pontos. Foram 19 de média, número que pode piorar ainda mais quando a Record estrear a 3° temporada de A Fazenda. Pelo visto, o sono de Zeca Camargo não será tão tranquilo quanto era semanas atrás, onde o apresentador bocejou ao vivo. A Record conseguiu a liderança por 9 minutos chegando a picos de 21 pontos, mas os longos breaks da emissora impediram o Domingo Espetacular de ficar com uma média excelente. O programa fechou com 14 pontos.
Guerra das tardes
Gugu e Eliana continuaram com a batalha particular que vem travando a alguns dias. Ambos obtiveram 11 pontos dessa vez.
Sem o impulso da Dança dos Famosos fechando o Faustão, o reality voltou a marcar menos de 20 pontos. Foram 19 de média, número que pode piorar ainda mais quando a Record estrear a 3° temporada de A Fazenda. Pelo visto, o sono de Zeca Camargo não será tão tranquilo quanto era semanas atrás, onde o apresentador bocejou ao vivo. A Record conseguiu a liderança por 9 minutos chegando a picos de 21 pontos, mas os longos breaks da emissora impediram o Domingo Espetacular de ficar com uma média excelente. O programa fechou com 14 pontos.
Guerra das tardes
Gugu e Eliana continuaram com a batalha particular que vem travando a alguns dias. Ambos obtiveram 11 pontos dessa vez.
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sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Chuva de meteoros encanta o mundo
O blog é voltado basicamente a cobrir os assuntos televisivos, mas nada nos impede de selecionar algumas imagens marcantes em diferentes situações, como já explicamos em outras situações. Ontem, o mundo presenciou uma rara chuva de meteoros. No Brasil, o evento não foi tão visível, mas em outros países o efeito visual foi ainda mais impressionante.
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Meteoro
Texto e vídeo: Íntegra da entrevista de José Serra ao Jornal Nacional
A entrevista com o candidato demorou a ser postada devido a atrasos da postagem integral no próprio portal G1, onde se hospeda o site do Jornal Nacional.
William Bonner: Nesta semana, o Jornal Nacional entrevista os principais candidatos à Presidência sobre questões polêmicas das candidaturas e sobre ações desses candidatos à frente de cargos públicos. Nas próximas semanas, o Bom Dia Brasil e o Jornal da Globo farão o mesmo. O sorteio, acompanhado por assessores dos partidos, determinou que hoje nós recebamos, aqui na bancada, José Serra, do PSDB. Boa noite, candidato.
José Serra: Boa noite, William.
William Bonner: A entrevista vai durar 12 minutos, e o tempo começa a ser contado a partir de agora. Candidato, desde o início desta campanha, o senhor tem procurado evitar críticas ao presidente Lula. O senhor acha que... E em alguns casos fez até elogios a ele... o senhor acha que essa é a postura que o eleitor espera de um candidato da oposição?
José Serra: Olha, o Lula não é candidato a presidente. O Lula, a partir de 1º de janeiro, não vai ser mais presidente da República. Quem estiver lá vai ter de conduzir o Brasil. Não há presidente que possa governar na garupa, ouvindo terceiros ou sendo monitorado por terceiros. Eu estou focado no futuro. Hoje tem problemas e tem coisas boas. O que nós temos que fazer? Reforçar aquilo que está bem e corrigir e poder melhorar aquilo que não andou direito. É por isso que eu tenho enfatizado sempre que o Brasil precisa e que o Brasil pode mais. Onde? Na área da saúde, na área da segurança, na área da educação, inclusive do ensino profissionalizante. Meu foco não é o Lula. Ele não está concorrendo comigo.
William Bonner: Entendo. Agora, candidato, o senhor avalia o risco que o senhor corre de essa sua postura ser interpretada como um receio de ter que enfrentar a popularidade alta do presidente Lula?
José Serra: Não, não vejo por quê. Eu acho que as pessoas estão preocupadas com o futuro, né? Quem vai tocar o Brasil, quem tem mais condições de poder tocar o Brasil para a frente, que não é uma tarefa fácil. Inclusive de pegar aqueles problemas que hoje a população considera como os mais críticos e resolvê-los. Dou como exemplo, novamente, entre outros, a questão da saúde. Então, o importante agora é isso. E as pessoas estão nisso. O governo Lula fez coisas positivas, né? Outras coisas, deixou de fazer. A discussão não é o Lula. A discussão é o que vem para a frente, tá certo? Os problemas do Brasil de hoje e o que tem por diante.
Fátima Bernardes: O senhor tem insistido muito na tecla de que o eleitor deve procurar comparar as biografias dos candidatos que estarão concorrendo, que estão concorrendo nesta eleição. O senhor evita uma comparação de governos. Por exemplo, por quê, entre o governo atual e o governo anterior?
José Serra: Olha, porque são condições diferentes. Eles governaram em períodos diferentes, em circunstâncias diferentes. O governo anterior, do Fernando Henrique, fez uma... muitas contribuições ao Brasil, entre elas o Plano Real. A inflação era de 5.000% ao ano, né? E ela foi quebrada a espinha. As novas gerações nem têm boa memória disso. E várias outras coisas que o governo Lula recolheu e seguiu. O Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda do Lula e hoje é o principal assessor da candidata do PT, nunca parou de elogiar, por exemplo, o governo Fernando Henrique. Mas nós não estamos fazendo uma disputa sobre o passado. É como se eu ficasse discutindo, para ganhar a próxima Copa do Mundo, quem foi o melhor técnico: o Scolari ou o Parreira?
Fátima Bernardes: Mas...
José Serra: E o Mano Menezes, Fátima, desculpe, fosse estar preocupado em saber quem era melhor para efeito de ganhar a Copa de 14. Isso é uma coisa que os adversários fazem para tirar o foco de que o próximo presidente vai ter de governar e não pode ir na garupa. E tem que ter ideias também. Não só coisas que fez no passado, mas também ideias a respeito do futuro.
Fátima Bernardes: Mas, por exemplo, avaliar, analisar fracassos e sucessos não ajuda o eleitor na hora de ele decidir pelo voto dele?
José Serra: Por isso... E é isso o que eu estou fazendo. Por exemplo, mostro na saúde. Eu fui ministro da Saúde. Fiz os genéricos, os mutirões, a campanha contra a Aids que foi considerada a melhor campanha contra a Aids do mundo, uma série de coisas. A saúde, nos últimos anos, não andou bem. Por exemplo, queda, diminuição do número de cirurgias eletivas, aquelas que não precisa fazer de um dia para o outro, mas são muito importantes. Caiu, né? Pararam os mutirões. Muita prevenção que se fazia acabou ficando para trás. Faltam ainda hospitais nas regiões mais afastadas dos grandes centros. Tem problemas com as consultas, tem problemas de demoras. Enfim, tem um conjunto de coisas, inclusive relacionadas por exemplo com a saúde da mulher. Tudo isso precisa ser equacionado no presente. Eu estou apontando os problemas existentes.
William Bonner: Agora, candidato, vamos ver uma questão... O senhor me permita, para a gente poder conversar melhor.
José Serra: Sim, sim, claro.
William Bonner: Uma questão política. Nesta eleição, existem contradições muito claras nas alianças formadas pelos dois partidos que têm polarizado as eleições presidenciais brasileiras aí nos últimos 16 anos, né? O PT se aliou a desafetos históricos. O seu partido, o PSDB, está ao lado do PTB, um partido envolvido no escândalo do mensalão petista, no escândalo que inclusive foi investigado e foi condenado de forma muito veemente pelo seu partido, o PSDB. Então, a pergunta é a seguinte: o PSDB errou lá atrás quando condenou o PTB ou está errando agora quando se alia a esse partido?
José Serra: William, é uma boa pergunta. O PTB, no caso de São Paulo, por exemplo, sempre esteve com o PSDB, de uma ou de outra maneira. Isso teve uma influência grande na aliança nacional. Os partidos, você sabe, são muito heterogêneos. O personagem principal... Os personagens principais do mensalão nem foram do PTB. Os personagens principais foram do PT, aliás, mediante denúncia do Roberto Jeferson, que era então líder do PTB.
William Bonner: Os nomes de petebistas, todos, uma lista muito vasta, começando pelo Maurício Marinho.
José Serra: Você tem 40 lá no Supremo Tribunal Federal...
Willlam Bonner: Não, exato.
José Serra: E o PT ganha disparado.
William Bonner: Mas não há nenhum constrangimento para o senhor pelo fato de esta aliança por parte do seu partido, o PSDB, ter sido assinada com o PTB pelas mãos do presidente do partido que teve o mandato cassado inclusive com votos de políticos do seu partido, o PSDB? Isso não provoca nenhum tipo de constrangimento?
José Serra: Olha, o Roberto Jefferson, é o presidente do PTB, ele não é candidato. Ele conhece muito bem o meu programa de governo, o meu estilo de governar. O PTB está conosco dentro dessa perspectiva. Eu não tenho compromisso com o erro. Aliás, nunca tive na minha vida. Tem coisa errada, as pessoas pagam, né? Quem é responsável por si é aquele que comete o erro, é ele que deve pagar. Eu não fico julgando. Mas eu não tenho compromisso com nenhum erro. Agora, quem está comigo sabe o jeito que eu trabalho. Por exemplo, eu não faço aquele loteamento de cargos. Para mim, não tem grupinho de deputados indicando diretor financeiro de uma empresa ou indicando diretor de compras de outra. Por quê? Para que que um deputado quer isso? Evidentemente não é pra ajudar a melhorar o desempenho. É para corrupção. Comigo isso não acontece. Não aconteceu na saúde, no governo de São Paulo e na prefeitura.
Fátima Bernardes: Candidato, nesta eleição, quer dizer, o senhor destaca muito a sua experiência política. Mas na hora da escolha do seu vice, houve um certo, um certo conflito com o DEM exatamente porque houve uma demora para o aparecimento desse nome. Muitos dos seus críticos atribuem essa demora ao seu perfil centralizador. O nome do deputado Índio da Costa apareceu 18 dias depois da sua oficialização, da convenção que oficializou a sua candidatura. É... O senhor considera que o deputado, em primeiro mandato, está pronto para ser o vice-presidente, uma função tão importante?
José Serra: Está. Fátima, deixa só eu te dizer uma coisa. Eu não sou centralizador. Eu sei que tenho a fama de centralizador. Mas no trabalho, eu delego muito. Eu sou mais um cobrador. Eu acompanho tudo.
Fátima Bernardes: Eu falei centralizador porque até no seu discurso de despedida do governo de São Paulo, o senhor mesmo explicou sobre essa fama de centralizador.
José Serra: Que eu não era centralizador. E todo muito que trabalha comigo sabe disso, eu delego muito. Agora, eu acompanho porque quem coordena, quem chefia tem que acompanhar para as coisas acontecerem. A questão da vice estava orientada numa direção. Por circunstancias políticas, acabou não acontecendo. E o Índio da Costa, que foi o escolhido, estava entre os nomes que a gente cogitava. Só que isso não tinha ido para a opinião pública porque senão é uma fofoca só. Fulano, cicrano, isso e aquilo. Ele disputou quatro eleições, é um homem de 40 anos e foi um dos líderes da aprovação do ficha limpa no Congresso. Eu acho que...
Fátima Bernardes: Mas a experiência dele é municipal, na verdade, não é? Ele teve três mandatos de vereador, o senhor acha que isso o qualifica?
José Serra: E um mandato deputado federal.
Fátima Bernardes: Que ele está exercendo pela primeira vez.
José Serra: Eu acho que isso o qualifica perfeitamente. O que vale é a experiência na vida pública. Tem livros sobre administração e eu insisto. Sua atuação no Congresso Nacional foi marcada pelo ficha limpa. Se você for pegar também outros vices, do ponto de vista da experiência pública, cada um tem suas limitações. Mas eu não estou aqui para ficar julgando os outros. Eu só sei que o meu vice, jovem, ficha limpa, preparado, com muita vontade, e do Rio de Janeiro, é um vice adequado. Eu me sinto muito bem com ele. Agora, devo dizer o seguinte...
William Bonner: Candidato... Candidato.
José Serra: Eu tenho muito boa saúde. Ninguém está sendo vice comigo achando que eu não vou concluir o mandato.
William Bonner: Mas um vice não assume só nessas circunstâncias...
Fátima Bernardes: Trágicas.
José Serra: Mas, enfim... Eu não sei até que ponto...
William Bonner: Candidato, eu gostaria de abordar um pouquinho também da sua passagem pelo governo de São Paulo. O senhor foi governo em São Paulo durante quatro anos, seu partido está no poder em São Paulo há 16 anos. Então é razoável que a gente avalie aqui algumas dessas ações. A primeira que eu colocaria em questão aqui é um hábito que o senhor mesmo tem de criticar o modelo de concessão das estradas federais. De outro lado, os usuários, muitos usuários das estradas estaduais de São Paulo que estão sob regime de concessão, se queixam muito do preço e da frequência com que são obrigados a parar para pedágio, quer dizer, uma quantidade de praças de pedágio que eles consideram excessiva. Pergunta: o senhor pretende levar para o Brasil inteiro esse modelo de concessão de estradas estaduais de São Paulo?
José Serra: Olha, antes disso. No caso de São Paulo, tem uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes, um organismo independente: 75% dos usuários das estradas do Brasil acham as paulistas ótimas ou boas. 75%, um índice de aprovação altíssimo. Isso para as federais é apenas 25%. De cada dez estradas federais, sete estão esburacadas. São as rodovias da morte. Na Bahia, em Minas, BH, Belo Horizonte, Governador Valadares, em Santa Catarina. Enfim, por toda a parte. O governo federal fez um tipo de concessão que não está funcionando.
William Bonner: Mas a que o senhor fez motivou críticas quanto ao preço. Então a questão que se impõe é a seguinte, candidato: não existe um meio termo? Ou o cidadão brasileiro tem uma estrada boa e cara ou ele tem uma estrada ruim e barata. Não tem um meio termo nessa história?
José Serra: Eu acho que pode ter uma estrada boa que não seja cara, se você trabalhar direito. Por exemplo, a concessão que eu fiz da Ayrton Senna. O pedágio anterior era cobrado pelo órgão estadual. Caiu para a metade o pedágio. É que realmente, geralmente, os exemplos bons não veem...
William Bonner: Mas esse modelo vai ser exportado para as estradas federais?
José Serra: Esse modelo que diminuiu pode ser adotado, porque você tem critérios para ser examinados. O governo federal fez estradas pedagiadas. Só que estão, por exemplo, no caso de São Paulo, a Régis Bittencourt, que é federal, ela continua sendo a rodovia da morte. E a Fernão Dias, Minas-São Paulo, está fechada. Você percebe? Nunca o Brasil esteve com as estradas tão ruins. Agora, tem mais: em 1000 é, é, no começo de 2003 para cá, foram arrecadados R$ 65 bilhões para transportes, para estradas na Cide. É um imposto. Sabe quanto foi gasto disso pelo governo federal? Vinte e cinco. Ou seja, foram R$ 40 bilhões arrecadados dos contribuintes para investir em estradas do governo federal que não foram utilizados. A primeira coisa que eu vou fazer, William, é utilizar esses recursos para melhorar as estradas. Não é o assunto de concessão que está na ordem do dia. É gastar. É entender o seguinte: por que de cada R$ 3 que o Governo Federal arrecadou, foram 65, ele gastou um terço disso? É uma barbaridade.
Fátima Bernardes: Nós estamos...
José Serra: Por isso as estradas federais estão nessa situação. Desculpa, Fátima, fala.
Fátima Bernardes: Não, candidato. É que como nós temos um tempo, eu queria dar ao senhor os 30 segundos para o encerramento, para o senhor se dirigir ao...
José Serra: Já passou?!
Fátima Bernardes: Já passou, já estamos, olhe lá, Onze e quarenta e sete e os seus eleitores.
José Serra: Olha, eu vim aqui, queria, em primeiro lugar, agradecer a vocês por essa oportunidade. Eu tenho uma origem modesta, meus pais eram muito modestos. Eu acho que eles nunca sonharam que um dia eu estaria aqui no Jornal Nacional, que eles assistiam diariamente, aliás pela segunda vez, falando como candidato a presidente da República. Eu devo a eles até onde eu cheguei. Devo a eles, devo à escola pública e acabei virando professor universitário, mas também sempre ligado às questões públicas, desde que eu fui presidente da União Nacional dos Estudantes até hoje. O que eu peço hoje...
William Bonner: Seu tempo, candidato.
José Serra: Para concluir é o seguinte: eu acho que o Brasil pode continuar e pode melhorar muito. O que eu queria pedir às pessoas...
William Bonner: Candidato, o senhor me obriga a interrompê-lo, me perdoe, me perdoe.
José Serra: Não posso nem falar um pouquinho?
William Bonner: É em respeito... Não posso. Porque é em respeito aos demais candidatos que estiveram aqui. E eu sei que o senhor vai compreender. E eu quero agradecer a sua presença aqui.
José Serra: Não. Eu compreendo. Obrigado.
William Bonner: Boa Noite.
Fátima Bernardes: Bom. Boa noite.
José Serra: Boa noite.
William Bonner: Nesta semana, o Jornal Nacional entrevista os principais candidatos à Presidência sobre questões polêmicas das candidaturas e sobre ações desses candidatos à frente de cargos públicos. Nas próximas semanas, o Bom Dia Brasil e o Jornal da Globo farão o mesmo. O sorteio, acompanhado por assessores dos partidos, determinou que hoje nós recebamos, aqui na bancada, José Serra, do PSDB. Boa noite, candidato.
José Serra: Boa noite, William.
William Bonner: A entrevista vai durar 12 minutos, e o tempo começa a ser contado a partir de agora. Candidato, desde o início desta campanha, o senhor tem procurado evitar críticas ao presidente Lula. O senhor acha que... E em alguns casos fez até elogios a ele... o senhor acha que essa é a postura que o eleitor espera de um candidato da oposição?
José Serra: Olha, o Lula não é candidato a presidente. O Lula, a partir de 1º de janeiro, não vai ser mais presidente da República. Quem estiver lá vai ter de conduzir o Brasil. Não há presidente que possa governar na garupa, ouvindo terceiros ou sendo monitorado por terceiros. Eu estou focado no futuro. Hoje tem problemas e tem coisas boas. O que nós temos que fazer? Reforçar aquilo que está bem e corrigir e poder melhorar aquilo que não andou direito. É por isso que eu tenho enfatizado sempre que o Brasil precisa e que o Brasil pode mais. Onde? Na área da saúde, na área da segurança, na área da educação, inclusive do ensino profissionalizante. Meu foco não é o Lula. Ele não está concorrendo comigo.
William Bonner: Entendo. Agora, candidato, o senhor avalia o risco que o senhor corre de essa sua postura ser interpretada como um receio de ter que enfrentar a popularidade alta do presidente Lula?
José Serra: Não, não vejo por quê. Eu acho que as pessoas estão preocupadas com o futuro, né? Quem vai tocar o Brasil, quem tem mais condições de poder tocar o Brasil para a frente, que não é uma tarefa fácil. Inclusive de pegar aqueles problemas que hoje a população considera como os mais críticos e resolvê-los. Dou como exemplo, novamente, entre outros, a questão da saúde. Então, o importante agora é isso. E as pessoas estão nisso. O governo Lula fez coisas positivas, né? Outras coisas, deixou de fazer. A discussão não é o Lula. A discussão é o que vem para a frente, tá certo? Os problemas do Brasil de hoje e o que tem por diante.
Fátima Bernardes: O senhor tem insistido muito na tecla de que o eleitor deve procurar comparar as biografias dos candidatos que estarão concorrendo, que estão concorrendo nesta eleição. O senhor evita uma comparação de governos. Por exemplo, por quê, entre o governo atual e o governo anterior?
José Serra: Olha, porque são condições diferentes. Eles governaram em períodos diferentes, em circunstâncias diferentes. O governo anterior, do Fernando Henrique, fez uma... muitas contribuições ao Brasil, entre elas o Plano Real. A inflação era de 5.000% ao ano, né? E ela foi quebrada a espinha. As novas gerações nem têm boa memória disso. E várias outras coisas que o governo Lula recolheu e seguiu. O Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda do Lula e hoje é o principal assessor da candidata do PT, nunca parou de elogiar, por exemplo, o governo Fernando Henrique. Mas nós não estamos fazendo uma disputa sobre o passado. É como se eu ficasse discutindo, para ganhar a próxima Copa do Mundo, quem foi o melhor técnico: o Scolari ou o Parreira?
Fátima Bernardes: Mas...
José Serra: E o Mano Menezes, Fátima, desculpe, fosse estar preocupado em saber quem era melhor para efeito de ganhar a Copa de 14. Isso é uma coisa que os adversários fazem para tirar o foco de que o próximo presidente vai ter de governar e não pode ir na garupa. E tem que ter ideias também. Não só coisas que fez no passado, mas também ideias a respeito do futuro.
Fátima Bernardes: Mas, por exemplo, avaliar, analisar fracassos e sucessos não ajuda o eleitor na hora de ele decidir pelo voto dele?
José Serra: Por isso... E é isso o que eu estou fazendo. Por exemplo, mostro na saúde. Eu fui ministro da Saúde. Fiz os genéricos, os mutirões, a campanha contra a Aids que foi considerada a melhor campanha contra a Aids do mundo, uma série de coisas. A saúde, nos últimos anos, não andou bem. Por exemplo, queda, diminuição do número de cirurgias eletivas, aquelas que não precisa fazer de um dia para o outro, mas são muito importantes. Caiu, né? Pararam os mutirões. Muita prevenção que se fazia acabou ficando para trás. Faltam ainda hospitais nas regiões mais afastadas dos grandes centros. Tem problemas com as consultas, tem problemas de demoras. Enfim, tem um conjunto de coisas, inclusive relacionadas por exemplo com a saúde da mulher. Tudo isso precisa ser equacionado no presente. Eu estou apontando os problemas existentes.
William Bonner: Agora, candidato, vamos ver uma questão... O senhor me permita, para a gente poder conversar melhor.
José Serra: Sim, sim, claro.
William Bonner: Uma questão política. Nesta eleição, existem contradições muito claras nas alianças formadas pelos dois partidos que têm polarizado as eleições presidenciais brasileiras aí nos últimos 16 anos, né? O PT se aliou a desafetos históricos. O seu partido, o PSDB, está ao lado do PTB, um partido envolvido no escândalo do mensalão petista, no escândalo que inclusive foi investigado e foi condenado de forma muito veemente pelo seu partido, o PSDB. Então, a pergunta é a seguinte: o PSDB errou lá atrás quando condenou o PTB ou está errando agora quando se alia a esse partido?
José Serra: William, é uma boa pergunta. O PTB, no caso de São Paulo, por exemplo, sempre esteve com o PSDB, de uma ou de outra maneira. Isso teve uma influência grande na aliança nacional. Os partidos, você sabe, são muito heterogêneos. O personagem principal... Os personagens principais do mensalão nem foram do PTB. Os personagens principais foram do PT, aliás, mediante denúncia do Roberto Jeferson, que era então líder do PTB.
William Bonner: Os nomes de petebistas, todos, uma lista muito vasta, começando pelo Maurício Marinho.
José Serra: Você tem 40 lá no Supremo Tribunal Federal...
Willlam Bonner: Não, exato.
José Serra: E o PT ganha disparado.
William Bonner: Mas não há nenhum constrangimento para o senhor pelo fato de esta aliança por parte do seu partido, o PSDB, ter sido assinada com o PTB pelas mãos do presidente do partido que teve o mandato cassado inclusive com votos de políticos do seu partido, o PSDB? Isso não provoca nenhum tipo de constrangimento?
José Serra: Olha, o Roberto Jefferson, é o presidente do PTB, ele não é candidato. Ele conhece muito bem o meu programa de governo, o meu estilo de governar. O PTB está conosco dentro dessa perspectiva. Eu não tenho compromisso com o erro. Aliás, nunca tive na minha vida. Tem coisa errada, as pessoas pagam, né? Quem é responsável por si é aquele que comete o erro, é ele que deve pagar. Eu não fico julgando. Mas eu não tenho compromisso com nenhum erro. Agora, quem está comigo sabe o jeito que eu trabalho. Por exemplo, eu não faço aquele loteamento de cargos. Para mim, não tem grupinho de deputados indicando diretor financeiro de uma empresa ou indicando diretor de compras de outra. Por quê? Para que que um deputado quer isso? Evidentemente não é pra ajudar a melhorar o desempenho. É para corrupção. Comigo isso não acontece. Não aconteceu na saúde, no governo de São Paulo e na prefeitura.
Fátima Bernardes: Candidato, nesta eleição, quer dizer, o senhor destaca muito a sua experiência política. Mas na hora da escolha do seu vice, houve um certo, um certo conflito com o DEM exatamente porque houve uma demora para o aparecimento desse nome. Muitos dos seus críticos atribuem essa demora ao seu perfil centralizador. O nome do deputado Índio da Costa apareceu 18 dias depois da sua oficialização, da convenção que oficializou a sua candidatura. É... O senhor considera que o deputado, em primeiro mandato, está pronto para ser o vice-presidente, uma função tão importante?
José Serra: Está. Fátima, deixa só eu te dizer uma coisa. Eu não sou centralizador. Eu sei que tenho a fama de centralizador. Mas no trabalho, eu delego muito. Eu sou mais um cobrador. Eu acompanho tudo.
Fátima Bernardes: Eu falei centralizador porque até no seu discurso de despedida do governo de São Paulo, o senhor mesmo explicou sobre essa fama de centralizador.
José Serra: Que eu não era centralizador. E todo muito que trabalha comigo sabe disso, eu delego muito. Agora, eu acompanho porque quem coordena, quem chefia tem que acompanhar para as coisas acontecerem. A questão da vice estava orientada numa direção. Por circunstancias políticas, acabou não acontecendo. E o Índio da Costa, que foi o escolhido, estava entre os nomes que a gente cogitava. Só que isso não tinha ido para a opinião pública porque senão é uma fofoca só. Fulano, cicrano, isso e aquilo. Ele disputou quatro eleições, é um homem de 40 anos e foi um dos líderes da aprovação do ficha limpa no Congresso. Eu acho que...
Fátima Bernardes: Mas a experiência dele é municipal, na verdade, não é? Ele teve três mandatos de vereador, o senhor acha que isso o qualifica?
José Serra: E um mandato deputado federal.
Fátima Bernardes: Que ele está exercendo pela primeira vez.
José Serra: Eu acho que isso o qualifica perfeitamente. O que vale é a experiência na vida pública. Tem livros sobre administração e eu insisto. Sua atuação no Congresso Nacional foi marcada pelo ficha limpa. Se você for pegar também outros vices, do ponto de vista da experiência pública, cada um tem suas limitações. Mas eu não estou aqui para ficar julgando os outros. Eu só sei que o meu vice, jovem, ficha limpa, preparado, com muita vontade, e do Rio de Janeiro, é um vice adequado. Eu me sinto muito bem com ele. Agora, devo dizer o seguinte...
William Bonner: Candidato... Candidato.
José Serra: Eu tenho muito boa saúde. Ninguém está sendo vice comigo achando que eu não vou concluir o mandato.
William Bonner: Mas um vice não assume só nessas circunstâncias...
Fátima Bernardes: Trágicas.
José Serra: Mas, enfim... Eu não sei até que ponto...
William Bonner: Candidato, eu gostaria de abordar um pouquinho também da sua passagem pelo governo de São Paulo. O senhor foi governo em São Paulo durante quatro anos, seu partido está no poder em São Paulo há 16 anos. Então é razoável que a gente avalie aqui algumas dessas ações. A primeira que eu colocaria em questão aqui é um hábito que o senhor mesmo tem de criticar o modelo de concessão das estradas federais. De outro lado, os usuários, muitos usuários das estradas estaduais de São Paulo que estão sob regime de concessão, se queixam muito do preço e da frequência com que são obrigados a parar para pedágio, quer dizer, uma quantidade de praças de pedágio que eles consideram excessiva. Pergunta: o senhor pretende levar para o Brasil inteiro esse modelo de concessão de estradas estaduais de São Paulo?
José Serra: Olha, antes disso. No caso de São Paulo, tem uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes, um organismo independente: 75% dos usuários das estradas do Brasil acham as paulistas ótimas ou boas. 75%, um índice de aprovação altíssimo. Isso para as federais é apenas 25%. De cada dez estradas federais, sete estão esburacadas. São as rodovias da morte. Na Bahia, em Minas, BH, Belo Horizonte, Governador Valadares, em Santa Catarina. Enfim, por toda a parte. O governo federal fez um tipo de concessão que não está funcionando.
William Bonner: Mas a que o senhor fez motivou críticas quanto ao preço. Então a questão que se impõe é a seguinte, candidato: não existe um meio termo? Ou o cidadão brasileiro tem uma estrada boa e cara ou ele tem uma estrada ruim e barata. Não tem um meio termo nessa história?
José Serra: Eu acho que pode ter uma estrada boa que não seja cara, se você trabalhar direito. Por exemplo, a concessão que eu fiz da Ayrton Senna. O pedágio anterior era cobrado pelo órgão estadual. Caiu para a metade o pedágio. É que realmente, geralmente, os exemplos bons não veem...
William Bonner: Mas esse modelo vai ser exportado para as estradas federais?
José Serra: Esse modelo que diminuiu pode ser adotado, porque você tem critérios para ser examinados. O governo federal fez estradas pedagiadas. Só que estão, por exemplo, no caso de São Paulo, a Régis Bittencourt, que é federal, ela continua sendo a rodovia da morte. E a Fernão Dias, Minas-São Paulo, está fechada. Você percebe? Nunca o Brasil esteve com as estradas tão ruins. Agora, tem mais: em 1000 é, é, no começo de 2003 para cá, foram arrecadados R$ 65 bilhões para transportes, para estradas na Cide. É um imposto. Sabe quanto foi gasto disso pelo governo federal? Vinte e cinco. Ou seja, foram R$ 40 bilhões arrecadados dos contribuintes para investir em estradas do governo federal que não foram utilizados. A primeira coisa que eu vou fazer, William, é utilizar esses recursos para melhorar as estradas. Não é o assunto de concessão que está na ordem do dia. É gastar. É entender o seguinte: por que de cada R$ 3 que o Governo Federal arrecadou, foram 65, ele gastou um terço disso? É uma barbaridade.
Fátima Bernardes: Nós estamos...
José Serra: Por isso as estradas federais estão nessa situação. Desculpa, Fátima, fala.
Fátima Bernardes: Não, candidato. É que como nós temos um tempo, eu queria dar ao senhor os 30 segundos para o encerramento, para o senhor se dirigir ao...
José Serra: Já passou?!
Fátima Bernardes: Já passou, já estamos, olhe lá, Onze e quarenta e sete e os seus eleitores.
José Serra: Olha, eu vim aqui, queria, em primeiro lugar, agradecer a vocês por essa oportunidade. Eu tenho uma origem modesta, meus pais eram muito modestos. Eu acho que eles nunca sonharam que um dia eu estaria aqui no Jornal Nacional, que eles assistiam diariamente, aliás pela segunda vez, falando como candidato a presidente da República. Eu devo a eles até onde eu cheguei. Devo a eles, devo à escola pública e acabei virando professor universitário, mas também sempre ligado às questões públicas, desde que eu fui presidente da União Nacional dos Estudantes até hoje. O que eu peço hoje...
William Bonner: Seu tempo, candidato.
José Serra: Para concluir é o seguinte: eu acho que o Brasil pode continuar e pode melhorar muito. O que eu queria pedir às pessoas...
William Bonner: Candidato, o senhor me obriga a interrompê-lo, me perdoe, me perdoe.
José Serra: Não posso nem falar um pouquinho?
William Bonner: É em respeito... Não posso. Porque é em respeito aos demais candidatos que estiveram aqui. E eu sei que o senhor vai compreender. E eu quero agradecer a sua presença aqui.
José Serra: Não. Eu compreendo. Obrigado.
William Bonner: Boa Noite.
Fátima Bernardes: Bom. Boa noite.
José Serra: Boa noite.
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terça-feira, 10 de agosto de 2010
Texto e vídeo: Íntegra da entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional
Fátima Bernardes: O Jornal Nacional dá continuidade hoje à série de entrevistas com os principais candidatos à Presidência em que nós abordamos questões polêmicas das candidaturas e o desempenho do candidato em cargos públicos que já tenha ocupado. Também o Bom Dia Brasil e o Jornal da Globo realizarão entrevistas nas próximas semanas. O sorteio, acompanhado por assessores dos partidos, determinou para hoje a presença da candidata do PV, Marina Silva. Boa noite, candidata. Muito obrigada pela presença.
Marina Silva: Boa noite, Fátima.
Fátima Bernardes: Bom. E o nosso tempo de 12 minutos dessa entrevista começa a ser contado a partir de agora. Candidata, a sua atuação na vida pública, como ministra, como senadora, foi especificamente voltada para a área do meio ambiente. A senhora não tem uma experiência administrativa em nenhuma outra área, em nenhum outro setor. Como é que a senhora pretende convencer o eleitor de que a sua candidatura é para valer e que ela não é apenas uma candidatura para marcar posição nessa questão do meio ambiente?
Marina Silva: Em primeiro lugar, Fátima, chamando a atenção da sociedade brasileira para a relevância das coisas que a gente está vivendo hoje, e eu sempre penso da seguinte forma: até 2014, qual será a temperatura da Terra? Até 2014, quantas crianças ainda continuarão sem ter a chance de chegar sequer à oitava série? Até 2014, quantas pessoas serão soterradas pelas enchentes por falta de cuidado? E, até 2014, quantos produtos nós não perderemos em função da falta de infraestrutura? Quantas oportunidades nós não perderemos em função da falta de educação de qualidade? E então...
Fátima Bernardes: Quer dizer que a senhora acha que essa questão do meio ambiente passa por todos esses outros setores?
Marina Silva: Com certeza. A minha candidatura é para agora porque o Brasil não pode esperar. Todas essas questões que eu coloquei agora para você, Fátima, elas são uma emergência, uma emergência para o cidadão que fica na fila esperando horas e horas para poder fazer um exame, uma emergência para a mãe que quer ter dias melhores para o seu filho porque ela já não aguenta mais a vida dura que tem e uma emergência para o Brasil, que tem imensas oportunidades de se desenvolver com justiça social, de melhorar a vida das pessoas.
William Bonner: Agora, candidata, perdoe, a senhora é candidata do Partido Verde e, até este momento, apresenta-se na eleição sem o apoio de nenhum outro partido. Se a senhora não conseguiu apoio para formar uma aliança agora antes da eleição, como é que a senhora vai formar uma base de sustentação para governar o Brasil depois, dentro do Congresso Nacional?
Marina Silva: Olha só, Bonner, eu acho que para mim é até mais fácil, sabe? É mais fácil, pelo seguinte: porque eu fico olhando para a ministra Dilma e para o governador Serra e eles já estão tão comprometidos com as alianças que fizeram que eles só podem repetir mais do mesmo, do mesmo quando foi o governo do presidente Fernando Henrique, que ficou refém do fisiologismo dos Democratas. E o presidente Lula, mesmo com toda a popularidade, acabou ficando refém do fisiologismo do PMDB.
William Bonner: Mas veja o raciocínio, o raciocínio que eu proponho...
Marina Silva: Deixe só eu completar meu raciocínio, por favor...
William Bonner: É que tem a ver com isso...
Marina Silva: Não, eu sei, eu sei, só para que a gente possa concluir. É, então, como eu estou dizendo que, se ganhar, eu quero governar com os melhores e já estou dizendo que é fundamental um diálogo entre o PT e o PSDB, estou dizendo que eu quero governar com a ajuda deles. Então eu vou compor uma base de sustentação já respaldada pela sociedade com essa ideia de que nós temos que acabar com a situação pela situação e com a oposição pela oposição e trabalhando a favor do Brasil. É assim que eu quero trabalhar. É isso o que eu estou dizendo e, pode ter certeza, quem pode estabelecer um ponto de união entre essas forças que não conversam e que nos seus oito anos de oposição ou de situação se confrontaram se chama Marina Silva.
William Bonner: A questão que eu ia colocar é a seguinte: se a senhora não conseguiu formar essa base de apoio agora, depois da eleição, uma base de apoio que se forme depois da eleição, não tem uma tendência maior ao tal fisiologismo que a senhora mesmo está criticando?
Marina Silva: Não tem, não tem...
William Bonner: Uma barganha de cargos federais...
Marina Silva: Não tem, Bonner, não tem. Sabe por quê? Porque existe muita gente boa em todos os partidos.
Fátima Bernardes: A senhora olhando para o seu partido, a senhora considera que o PV, ele tem quadros, olhando para os seus colegas, para governar o Brasil?
Marina Silva: Ele tem alguns quadros. Mas quem foi que disse que para governar você tem que governar apenas com os quadros de seu partido?
Fátima Bernardes: Não, eu estou perguntando porque ainda não há um acordo estabelecendo outras alianças.
Marina Silva: O presidente Lula teve de governar, inclusive, com quadros do PSDB. O PSDB trouxe quadros da socidade, da academia. Eu, quando estava no ministério do Meio Ambiente, por exemplo, eu peguei as melhores pessoas que estavam na academia, que já estavam na gestão pública, que estavam dentro, enfim, de ONGs, sim, mas as pessoas mais competentes. E quando precisei, toda vez que precisei, Bonner, de aprovar leis no Congresso, a Lei de Gestão de Florestas Públicas, por exemplo, fundamental para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, eu consegui aprovar os meus projetos com o apoio de todos os partidos, conversando com todos os partidos. É isso que o Brasil precisa. O Brasil precisa de um olhar que coloque em primeiro lugar as necesssidades dos brasileiros, da saúde, da educação, da segurança pública, da infraestrutura.
William Bonner: Ok.
Marina Silva: O nosso país não pode mais esperar e perder tempo com essa briga que não nos leva a lugar nenhum.
William Bonner: Candidata, vamos falar então... A senhora mencionou a questão, o papel do partido político. A senhora declarou já em algumas entrevistas que deixou o governo Lula e deixou o PT porque discordava da maneira como era conduzida a política ambiental no governo. No entanto, se nós voltarmos no tempo até aquele período do escândalo do mensalão, a senhora não veio a público para fazer uma condenação veemente daquele desvio moral de alguns integrantes do PT. A pergunta que eu lhe faço é a seguinte: o seu silêncio naquela ocasião não pode ser interpretado de uma certa maneira como uma conivência com aqueles desmandos?
Marina Silva: Não, Bonner, não foi conivência, e também não foi silêncio. É que, lamentavelmente, todas as vezes em que eu me pronunciava eu não tinha ninguém para me dar audiência e potencializar a minha voz. Mas eu falava.
William Bonner: A senhora diz dentro do governo?
Marina Silva: Dentro, fora.
William Bonner: Dentro do partido?
Marina Silva: Publicamente, nas palestras que eu dava, eu sempre dizia que aquilo era condenável, que deveria ser investigado, e que deveriam ser punidos todos os que praticaram irregularidades.
William Bonner: Mas, ministra...
Marina Silva: Agora, o que eu dizia sempre, Bonner, era uma coisa, é o seguinte: é que nem todos praticaram erros. E eu não pratiquei. Conheço milhares de pessoas que não praticaram o mesmo erro. E dentro do PT tinha muita gente que combatia junto comigo. Agora, para combater contra a falta de prioridade para as questões ambientais, aí eu era uma minoria. E foi por isso que eu saí. Eu saí porque não encontrava o apoio necessário para as políticas de meio ambiente que façam esse encontro entre desenvolver e proteger as riquezas naturais.
William Bonner: No entanto, o seu desconforto, vamos dizer assim, o seu desconforto ético com o mensalão não foi suficientemente forte para levá-la a deixar o cargo de ministra.
Marina Silva: Foi forte, sim, mas eu sabia que eu estava combatendo por dentro. E que conseguiria ser vitoriosa. Primeiro porque eu não tinha praticado nenhuma irregularidade. Agora, para continuar lutando pelas ideias que eu defendia, isso eu achava que não tinha mais tempo.
William Bonner: E como a senhora analisou...
Marina Silva: Sabe por quê? Porque é possivel, Bonner, sabe, juntar as duas coisas. Existe uma ideia dentro do governo, dos demais partidos, na sociedade, que meio ambiente e desenvolvimento são incompatíveis. E eu conheço muitas empresas que já estão fazendo da defesa do meio ambiente uma grande oportunidade para gerar emprego, para gerar melhoria de vida das pessoas. E posso te dizer uma coisa: toda a vez que as pessoas me dizem ‘mas Marina, as pessoas não entendem isso que você está falando’, eu digo: elas entendem sim, entendem, Fátima. Aqui no Rio de Janeiro...
William Bonner: Só uma coisa, candidata.
Marina Silva: ...quando as casas foram...
William Bonner: Candidata, me permita só uma coisa.
Marina Silva: Não, só concluindo Bonner.
William Bonner: Eu peço para interromper porque em nome do público...
Marina Silva: Isso, tá bom, tá bom.
William Bonner: Porque a pergunta que eu lhe dirigia era sobre um momento muito especifico da história e eu queria que a senhora tratasse dessa questão polêmica e não fosse para outro assunto. Eu estou consumindo 30 segundos da entrevista para fazer esse esclarecimento e eu lhe devolverei para a entrevista. Eu só queria que a senhora esclarecesse para mim qual foi e de que maneira a senhora viu a saída de alguns colegas seus então de PT, alguns, inclusive, fundadores do partido, que deixaram o partido indignados na época do mensalão, chorando. Como a senhora viu a ação deles, que não foi a ação que a senhora teve naquela ocasião?
Marina Silva: Bem, eu permaneci no partido e fiquei igualmente indignada. Fiz o combate a minha vida inteira contra a corrupção e acho que a corrupção, Bonner, é o pior câncer da sociedade. E ninguém pode se vangloriar de ser honesto. Para mim, ser honesto é uma condição do indivíduo. Qualquer pessoa, onde quer que ela esteja, ela tem que ser uma pessoa honesta, seja como político, como professor, como dona de casa, como empregada doméstica. A pessoa tem que ser honesta. Agora, naquele momento em que saíram pessoas do Partido dos Trabalhadores, eu permaneci para dar a contribuição que eu achava que ainda poderia dar dentro do governo, mas não por ser conivente. Agora, tem uma coisa que a gente precisa entender: combater a corrupção é uma luta constante. Como é que a gente combate a corrupção? Com transparência, permitindo que as instituições funcionem, o Ministério Público, o Tribunal de Contas, criando ferramentas de controle dentro do próprio governo, não permitindo que as coisas vão primeiro se consolidando antes de você fazer o combate necessário. Você tem que identificar durante o processo e fechar a torneira da corrupção quando ela está acontecendo. É isso que precisa ser feito.
Fátima Bernardes: Candidata, vamos abordar, então, um outro tema. Muita gente do governo e fora dele se queixava de que, durante a sua gestão à frente do Ministério do Meio Ambiente, a liberação de licenças ambientais, elas estavam muito lentas, e que isso, licenças ambientais para obras de infraestrutura, e que isso atrapalhava o desenvolvimento. Como é que a senhora enxergava essas críticas de que essa demora possa ter atrasado essas obras?
Marina Silva: Olha, naquela época até com uma certa naturalidade. Sabe por quê? Porque o ministério estava todo desestruturado e eu tinha que fazer concurso, e eu tive que criar várias diretorias e coordenadorias. Só que, quando nós começamos a arrumar a casa, aumentaram significativamente as licenças. No governo anterior, era uma média de 145 licenças por ano. Na minha gestão, foi de 265 licenças por ano. Agora, uma coisa eu posso te dizer: é possível aperfeiçoar o licenciamento? É possível aperfeiçoar. E com esse aperfeiçoamento você vai viabilizar com mais agilidade, sem perda de qualidade, a infraestrutura do Brasil, que hoje, de fato, está colapsando. Nós temos problemas com os aeroportos, nós temos problemas em relação a estradas, nós temos problemas em relação a energia, tudo isso pode ser oferecido para a sociedade compatibilizando duas coisas: meio ambiente, melhoria da vida das pessoas e o desenvolvimento que o Brasil precisa.
Fátima Bernardes: Quer dizer, nesse caso, a senhora está dizendo que no caso da senhora estando no governo, essa lentidão, ela, por exemplo, não vai provocar esse atraso ainda mais ou agravar ainda mais esses gargalos que a senhora citou, econômicos, e provocar, por exemplo, no setor energético, um risco de um novo apagão por demora na liberação dessas licenças?
Marina Silva: De jeito nenhum. Nós vamos trabalhar com o sentido de urgência que esse país tem para a sua infraestrutura, tanto em aeroportos como na questão da energia, das estradas, tudo o que o Brasil precisa para se desenvolver, Fátima. E vamos fazer isso sem negligenciar os cuidados com o meio ambiente, mas tendo a clareza de que o desenvolvimento do nosso país melhora a vida das pessoas. Sabe como melhora a vida das pessoas? Quando aquela família, que muitas vezes não tem como conseguir um emprego, começa a conseguir um emprego. Quando aquela mãe que não teve uma chance na vida, que é uma mulher pobre, não teve uma chance na vida, ela sabe que, se tiver uma escola melhor, o seu filho pode ter dias melhores. Eu sei o que significa educação, porque foi com a educação que eu consegui entrar pela porta da frente no Brasil.
William Bonner: Candidata, a senhora tem 30 segundos para se dirigir ao eleitor e pedir a ele o seu voto, dando a ele a última mensagem. Por favor.
Marina Silva: Bem, primeiro eu quero agradecer a Deus por estar aqui, porque eu sei que esse país é um país maravilhoso. Só num país como o Brasil, com a democracia que temos, é possível uma pessoa que nasceu lá na Floresta Amazônica, que foi analfabeta até os 16 anos, que teve que passar por várias dificuldades de saúde, pode chegar aqui na condição de se colocar como a primeira mulher de origem humilde para ser presidente da República. Esse Brasil já conseguiu restaurar sua democracia, teve um sociólogo que fez as transformações econômicas, um operário que fez as transformações sociais e eu para fazer as grandes transformações na educação.
William Bonner: Obrigado, candidata. Muito obrigado pela sua participação aqui, ao vivo, no Jornal Nacional.
Marina Silva: Eu é que agradeço.
William Bonner: Quero lembrar que, amanhã, o entrevistado aqui no JN será o candidato do PSDB, José Serra.
O conteúdo é do portal G1, onde se hospeda o site do Jornal Nacional.
TV a Ver também sabatina candidatos a presidência
O TV a Ver também veiculará entrevistas exclusivas com os candidatos a presidência da república no decorrer dos próximos dias. As assessorias de todos os presidenciáveis foram contactadas por nossa equipe.
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Exclusivo: Rodrigo Carelli adianta mudanças da nova temporada de A Fazenda
A Record já está em contagem regressiva para a estreia de A Fazenda 3. Rodrigo Carelli, diretor da atração conta as novidades do reality show em entrevista exclusiva ao TV a Ver. Entre elas, está o valor do prêmio que foi dobrado para 2 milhões de reais.
Com a experiência adquirida nas temporadas anteriores, a pressão aumenta para realizar um trabalho ainda melhor em A Fazenda 3?
O desafio fica cada vez maior sim. Mas, ao mesmo tempo a gente vai dominando o formato e criando novidades para enriquecer o programa.
Tanto a final da Casa dos Artistas quando a final de A Fazenda conseguiram a liderança
A Casa dos Artistas é a maior audiência da história do SBT enquanto A Fazenda é a maior audiência da história da Record. Qual a sensação de ser um dos principais responsáveis por esses momentos especiais para 2 das maiores emissoras do país?
Eu tenho muito orgulho de ter dirigido esses dois sucessos, mas não deixo que o resultado do Ibope faça a minha equipe e eu subirmos no salto e acharmos que estamos com o jogo ganho. Precisamos conquistar o público e ainda fazer um programa bem produzido e de qualidade.
A nova temporada de A Fazenda também terá pay-per-view?
Sim. Ainda está em negociação com as operadoras, por isso ainda não podemos dizer quais serão.
A Fazenda alavancou a audiência de toda a Record graças a presença intensa dos participantes nas mais diversas atrações da casa. A direção desses programas trabalha em conjunto com a do reality?
Algumas idéias partem desses programas , outras partem de mim e da minha equipe, Essa troca, na Fazenda 2 aconteceu tranquilamente. Na 1ª edição foi um pouco caótico.
Uma edição com anônimos está dentro dos planos futuros?
Por enquanto, não pensamos nisso. Acredito que ter gente da mídia é um grande atrativo. Todos querem saber quem são as pessoas por traz das celebridades.
Na 1° temporada do programa, Britto recebeu críticas da mídia
O que você acha do Britto no comando da atração? Ele encontrou o tom ideal para um reality?
Na minha opinião não há melhor apresentador que o Britto para esse programa. Além de um grande parceiro e de um grande colaborador do programa, ele tem muita segurança com as regras do programa e sabe explicá-las como ninguém tanto para o público como para os participantes. Ele não tenta ser um deles, como às vezes ocorre em reality shows.
Chris Couto e Carol Magalhães são as repórteres de A Fazenda 3
A Chris Couto vai ganhar a companhia da Carol Magalhães nas reportagens do programa. Qual será função específica de cada uma delas?
Na verdade, elas vão atuar em áreas bem diferentes. A Chris, com a sua competência e experiência será a pessoa responsável por conduzir provas que necessitem da presença de um condutor e que aconteçam na área de convivência da Fazenda. Já a Carol será responsáveis por drops na programação que repercutirão assuntos do programa com o povo na rua. Ela ainda aproveitará esse espaço para divulgar as principais atrações do programa do dia e o serviço de interatividade, sms, internet, etc.
Já está confirmado que A Fazenda irá ao ar na faixa das 23h?
Ainda não temos nenhum horário confirmado.
A presença de mais homens ou mulheres pode mudar os rumos do jogo? (A nova edição terá 15 participantes)
Acredito que não influencia.
Quais são os critérios levados em conta na escolha dos participantes?
Acima de tudo a variedade de personalidades e histórias de vida. Isso conta até mais do que o nível de fama dos participantes.
Carelli coordenou alterações do formato estrangeiro
O formato original precisou ser modificado em algo para se adaptar ao público brasileiro?
Recriamos o formato para o Brasil dentro das características básicas do formato original. A 2Way Traffic, detentora do formato, nos permite isso.
O que o salto no valor do prêmio (1 milhão para 2 milhões) pode representar para o jogo?
Num jogo, tem de haver um objetivo principal, claro. Com um prêmio desse tamanho em jogo, os participantes vão estar mais focados numa meta - a de chegar à final. E o interesse do público aumenta na medida em que a disputa pelo prêmio será mais acirrada.
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Rodrigo Carelli
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Texto e vídeo: Íntegra da entrevista de Dilma Rousseff ao Jornal Nacional
William Bonner: O Jornal Nacional dá início nesta segunda-feira a uma série de entrevistas ao vivo com os principais candidatos à presidência da República. Nós vamos abordar aqui temas polêmicos das candidaturas e também confrontar os candidatos com suas realizações em cargos públicos. É claro que não seria possível esgotar esses temas todos em uma única entrevista, mas nas próximas semanas os candidatos estarão também no Bom Dia Brasil e no Jornal da Globo. O sorteio realizado com a supervisão de representantes dos partidos determinou que a candidata do PT, Dilma Rousseff, seja a entrevistada de hoje. Nós agradecemos a presença da candidata. Boa noite, candidata.
Dilma Rousseff: Boa noite.
William Bonner: E informamos também que o tempo de 12 minutos da entrevista começa a contar a partir de agora. Candidata, o seu nome como candidata do PT à Presidência foi indicado diretamente pelo presidente Lula, ele não esconde isso de ninguém. Algumas pessoas criticaram, disseram que foi uma medida autoritária, por não ter ouvido as bases do PT. Por outro lado, a senhora não tem experiência eleitoral nenhuma até esse momento. A senhora se considera preparada para governar o Brasil longe do presidente Lula?
Dilma Rousseff: Olha, William, olha, Fátima, eu considero que eu tenho experiência administrativa suficiente. Eu fui secretária municipal da Fazenda, aliás, a primeira secretária municipal da Fazenda de capital. Depois eu fui sucessivamente, por duas vezes, secretária de Energia do Rio Grande do Sul. Assumi o ministério de Minas e Energia, também fui a primeira mulher, e fui coordenadora do governo ao assumir a chefia da Casa Civil, que vocês sabem, é o segundo cargo mais importante na hierarquia do governo federal. Então, eu me considero preparada para governar o país. E mais do que isso, eu tenho experiência, eu conheço o Brasil de ponta a ponta, conheço os problemas do governo brasileiro.
William Bonner: Mas a sua relação com o presidente Lula, a senhora faz questão de dizer que é muito afinada com ele. Junto a isso, o fato de a senhora não ter experiência e ter tido o nome indicado diretamente por ele, de alguma maneira a senhora acha que isso poderia fazer com que o eleitor a enxergasse ou enxergasse o presidente Lula atualmente como um tutor de seu governo, caso eleita?
Dilma Rousseff: Você sabe, Bonner, o pessoal tem de escolher o que é que eu sou. Uns dizem que eu sou uma mulher forte, outros dizem que eu tenho tutor. Eu quero te dizer o seguinte: a minha relação política com o presidente Lula, eu tenho imenso orgulho dela. Eu participei diretamente com o presidente, fui braço direito e esquerdo dele nesse processo de transformar o Brasil num país diferente, num país que cresce, distribui renda, em que as pessoas têm primeira vez, depois de muitos anos, a possibilidade de subir na vida. Então, não vejo problema nenhum na minha relação com o presidente Lula. Pelo contrário, eu vejo que até é um fator muito positivo, porque ele é um grande líder, e é reconhecido isso no mundo inteiro.
Fátima Bernardes: A senhora falou de temperamento. Alguns críticos, muitos críticos e alguns até aliados falam que a senhora tem um temperamento difícil. O que a gente espera de um presidente é que ele, entre outras coisas, seja capaz de fazer alianças, de negociar, ter habilidade política para fazer acordos. A senhora de que forma pretende que esse temperamento que dizem ser duro e difícil não interfira no seu governo caso eleita?
Dilma Rousseff: Fátima, estava respondendo justamente isso, eu acho que têm visões construídas a meu respeito. Eu acho que sou uma pessoa firme, acho que em relação aos problemas do povo brasileiro eu não vacilo. Acho que o que tem que ser resolvido prontamente, nós temos que fazer um enorme esforço. Eu me considero hoje, até pelo cargo que ocupei, extremamente preparada no sentido do diálogo. Nós, do governo Lula, somos eminentemente um governo do diálogo. Em relação aos movimentos sociais, você nunca vai ver o governo do presidente Lula tratando qualquer movimento social a cassetete. Primeiro nós negociamos, dialogamos. Agora, nós também sabemos fazer valer a nossa autoridade. Nada de ilegalidade nós compactuamos.
Fátima Bernardes: Agora, no caso, por exemplo, a senhora falou de não haver cassetete, mas talvez seja a forma de a senhora se comportar. O próprio presidente Lula, este ano, em discurso durante uma cerimônia de posse de ministros, ele chegou a dizer que achava até natural haver queixas contra a senhora, mas que ele recebeu na sala dele várias pessoas, colegas, ex-ministros, ministros, que iam lá se queixar que a senhora maltratava eles.
Dilma Rousseff: Olha, Fátima, é o seguinte, no papel, sabe dona de casa? No papel de cuidar do governo é meio como se a gente fosse mãe, tem uma hora que você tem de cobrar resultado. Quando você cobra resultados, você tem de cobrar o seguinte: olha, é preciso que o Brasil se esforce, principalmente o governo, para que as coisas aconteçam, para que as estradas sejam pavimentadas, para que ocorra saneamento. Então tem uma hora que é que nem, você imagina lá sua casa, a gente cobra. Agora, tem outra hora que você tem de incentivar, garantir que a pessoa tenha estímulo para fazer.
Fátima Bernardes: Como mãe eu entendo, mas, por exemplo, como presidente não tem uma hora que tem que ter facilidade de negociar, por exemplo, futuramente no Congresso, futuramente com líderes mundiais, ter um jogo de cintura ai?
William Bonner: O presidente falou em maltratar, não é, candidata?
Dilma Rousseff: Não, o presidente não falou em maltratar, o presidente falou que eu era dura.
William Bonner: Não, ele disse isso. A senhora me perdoe, mas o discurso dele está disponível. Ele disse assim: as pessoas diziam que foram maltratadas pela senhora. Mas a gente também não precisa ficar nessa questão até o fim da entrevista, têm outros temas.
Dilma Rousseff: É muito difícil, depois de anos e anos de paralisia, e houve isso no Brasil. O Brasil saiu de uma era de desemprego, desigualdade e estagnação para uma era de prosperidade. Nós tínhamos perdido a cultura do investimento, aí houve uma força muito grande da minha parte nesse sentido, de cumprir meta, de fazer com que o governo Lula fosse esse sucesso que tenho certeza que está sendo.
William Bonner: A senhora tem agora na sua candidatura, além do apoio do presidente, alianças formadas para essa sua candidatura. Por exemplo, a do deputado Jader Barbalho, a do senador Renan Calheiros, da família Sarney, a senhora tem o apoio do ex-presidente Fernando Collor. São todas figuras da política brasileira, que, ao longo de muitos anos, o PT, o seu partido, criticou severamente, eram considerados como oligarcas pelo PT. Onde foi que o PT errou, ou melhor, quando foi que ele errou: quando fez aquelas críticas todas ou está errando agora, quando botou todo mundo debaixo do mesmo guarda-chuva?
Dilma Rousseff: Eu perguntava outra coisa: onde foi que o PT acertou? Quando percebeu que governar um país com a complexidade do Brasil implica necessariamente na sua capacidade de construir uma aliança ampla. O PT não tinha experiência de governo, agora tem. Nós não erramos e vou te explicar em que sentido: não é que nós aderimos ao pensamento de quem quer que seja. O governo Lula tinha uma diretriz: focar na questão social, fazer com que o país tivesse a seguinte oportunidade, primeiro, de um país que era considerado dos mais desiguais do mundo, diminuir em 24 milhões a pobreza. Um país em que as pessoas não subiam na vida elevar para as classes médias 31 milhões de brasileiros. Para fazer isso, quem nos apóia, aceitando os nossos princípios e aceitando as nossas diretrizes de governo, a gente aceita do nosso lado. Não nos termos de quem quer que seja, mas nos termos de um governo que quer levar o Brasil para um outro patamar.
William Bonner: O resumo é: o PT não errou nem naquela ocasião, nem agora.
Dilma Rousseff: Não, eu acho que o PT não tinha tanta experiência, sabe, Bonner, eu reconheço isso. Ninguém pode achar que um partido como o PT, que nunca tinha estado no governo federal, tem, naquele momento, a mesma experiência que tem hoje. Acho que o PT aprendeu muito, mudou, porque a capacidade de mudar é importante.
William Bonner: O PT tem hoje nas costas oito anos de governo, então é razoável que a gente tente abordar aqui alguma das realizações. Vamos discutir um pouco o desempenho do governo em algumas áreas, começando pela economia. O governo festeja, comemora muito melhoras da área econômica, no entanto, o que a gente observa, é que quando se compara o crescimento do Brasil com países vizinhos, como Uruguai, Argentina, Bolívia, e também com aqueles pares dos Brics, os chamados países emergentes, como China, Índia, Rússia, o crescimento do Brasil tem sido sempre menor do que o de todos eles. Por quê?
Dilma Rousseff: Eu acredito que nós tivemos um processo muito mais duro no Brasil com a crise da dívida e com o governo que nos antecedeu. Eu acho que o Uruguai e a Bolívia são países, sem nenhum menosprezo, acho que os países pequenos têm que ser respeitados, do tamanho de alguns estados menores no Brasil, que é um país de 190 milhões de habitantes. Nós tivemos um processo no Brasil muito duro. Quando chegamos no governo, a inflação estava fora do controle. Nós tínhamos uma dívida com o Fundo Monetário, que vinha aqui e dava toda a receita do que a gente ia fazer. Nós tivemos que fazer um esforço muito grande para colocar as finanças no lugar e depois, com estabilidade, crescer. E isso, este ano, a discussão nossa é que estamos entre os países que mais crescem no mundo, estamos com a possibilidade de ter uma taxa de crescimento de 7% do Produto Interno Bruto.
William Bonner: Abaixo dos demais.
Dilma Rousseff: Não necessariamente, Bonner. Sem fazer comparações, a queda da economia na Rússia no ano passado foi terrível. Criamos quase 1,7 milhão de empregos no ano da crise.
Fátima Bernardes: Vamos falar um pouquinho de outro problema, que é o saneamento. Segundo dados do IBGE, o saneamento no Brasil passou de 46,4% para 53,2% no governo Lula, um aumento pequeno, de 1 ponto percentual mais ou menos, ao ano. Por que o resultado fraco numa área que é muito importante para a população?
Dilma Rousseff: Porque nós vamos ter um resultado excepcional a partir dos dados da pesquisa feita em 2010. Talvez uma das áreas em que eu mais me empenhei foi a área de saneamento, porque o Brasil investia menos de R$ 300 milhões no país inteiro. Hoje, aqui no Rio, na favela da Rocinha, que eu estive hoje, nós investimos mais de R$ 270 milhões. Nós lançamos o Programa de Aceleração do Crescimento, para o caso do saneamento, na metade de 2007. Começou a amadurecer porque o país parou de fazer projetos. Prefeitos e governadores apresentaram os projetos agora, em torno do início de 2008, e aceleraram. Eu estava vendo recentemente que nós temos hoje uma execução de obras no Brasil inteiro. No Rio, Rocinha, Pavão-Pavãozinho, Complexo do Alemão. Obras de saneamento, de habitação. A Baixada Santista, em São Paulo, e a Baixada Fluminense aqui no Rio de Janeiro tiveram um investimento monumental em saneamento.
Fátima Bernardes: A gente gostaria agora que a senhora, em 30 segundos, desse uma mensagem ao eleitor, se despedindo da sua participação no Jornal Nacional.
Dilma Rousseff: Eu agradeço a vocês dois e quero dizer para o eleitor o seguinte: o meu projeto é dar continuidade ao governo do presidente Lula. Mas não é repetir. É avançar e aprofundar, é basicamente esse olhar social, que tira o Brasil de uma situação de país emergente e leva o nosso país a uma situação de país desenvolvido, com renda, com salário decente, com professores bem pagos e bem treinados. Eu acredito que é a hora e a vez do Brasil e nós vamos chegar a uma situação muito diferente, cada vez mais avançada agora no final de 2014, deste governo.
O conteúdo é do portal G1, onde se hospeda o site do Jornal Nacional.
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O TV a Ver também veiculará entrevistas exclusivas com os candidatos a presidência da república no decorrer dos próximos dias. As assessorias de todos os presidenciáveis foram contactadas por nossa equipe.
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sábado, 7 de agosto de 2010
Globo não transmite começo do novo ciclo da Seleção
A Globo não vai transmitir o início do novo ciclo da Seleção Brasileira que marca a estreia do técnico Mano Menezes. Como o amistoso com os Estados Unidos está marcado para 21h, a emissora preferiu exibir Passione e Casseta & Planeta, preterindo o futebol.
Para compensar a não-transmissão do jogo ao vivo, a Globo vai voltar com a Central da Copa (pelo menos na grade divulgada a imprensa, segue o nome Copa) com Tiago Leifert e Caio Ribeiro. Será que andaram lendo o blog ultimamente?
A transmissão da partida acontecerá no canal pago SporTV. A assessoria de imprensa da Band confirmou há pouco que a emissora também não acompanha o jogo.
Maior revelação da Copa do Mundo estará de volta na próxima terça
Para compensar a não-transmissão do jogo ao vivo, a Globo vai voltar com a Central da Copa (pelo menos na grade divulgada a imprensa, segue o nome Copa) com Tiago Leifert e Caio Ribeiro. Será que andaram lendo o blog ultimamente?
A transmissão da partida acontecerá no canal pago SporTV. A assessoria de imprensa da Band confirmou há pouco que a emissora também não acompanha o jogo.
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sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Futebol massacra debate da Band
A Band atingiu resultados pífios de audiência com a transmissão do 1° debate das Eleições 2010. De ponta a ponta, a discussão de ideias entre os candidatos marcou 3 pontos, mas chegou a ficar com apenas 1 durante os momentos mais críticos. Enquanto isso, a Globo marcava 10 vezes mais ao modificar a grade para transmissão do jogo entre São Paulo e Internacional pela Libertadores. Mas não é para comentar a falta de estratégia da emissora da família Saad que fizemos esse post, como um bom blog politizado iremos abordar as propostas e performances dos candidatos presentes no Debate.
Conheça também o projeto da Globo para as Eleições
Dilma Rouseff
Para estreia, a ex-ministra até que não estava tão mal. Conseguiu reagir bem aos ataques que partiam de todos os lados, apenas foi pega de surpresa em questões como o mutirão da catarata e o apoio as APAEs. Essa falta de informação podia a complicar em uma situação de maior exposição.
José Serra
Com experiência de sobra, Serra aparentou ser o mais sereno entre os presentes. Sofreu por não poder ir diretamente contra o atual governo, já que não é uma boa criticar um presidente com 80% de aprovação.
Marina Silva
A candidata verde seguiu uma vibe do bem. Tentou se manter sem participar das discussões mais quentes, o que acabou a deixando um tanto quanto excluída do contexto.
Plínio Arruda
O candidato do PSOL não tinha nada a perder, então ousou bastante. Fez piadas, reclamou de não ser perguntado e ganhou votos. O senhor de 80 anos virou hit nas redes sociais e pode ganhar votos graças ao protesto dos jovens.
Globo repete Caravana JN. Desta vez, pelo ar
É ousado o plano da Globo para cobertura das Eleições 2010. A emissora vai repetir o projeto do pleito de 2006 quando fez a Caravana JN que percorreu o país dentro de um ônibus. Dessa vez, tem substituição. O ônibus é preterido por 2 aeronaves modernas. Isso mesmo, a Globo também disponibilizou uma aeronave reserva para série de reportagens denominada de JN no Ar. O comando também muda, sai Pedro Bial para entrada de Ernesto Paglia.
A cobertura da emissora ns Eleições começou oficialmente na segunda. A partir do dia 9, os presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas serão sabatinados na bancada do Jornal Nacional.
Dia 9 - Dilma Rouseff
Dia 10 - Marina Silva
Dia 11 - José Serra
As impressões que o debate da Band deixou. Emissora marcou 3 pontos
Os candidatos acima citados já tem diariamente 1 reportagem de 50 segundos (cada) sendo exibida no JN. Eles também deverão estar no debate que a emissora carioca promoverá na última semana de campanha eleitoral. Para entender todos os detalhes do JN no Ar, assista do vídeo abaixo.
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Apelação é caminho escolhido pelo Busão do Brasil
Lembram de quando falei que o Busão do Brasil tinha qualidades? Ficaram na estreia. O programa preferiu seguir o caminho da apelação barata e gratuita para tentar aumentar a audiência, sendo que nem conseguiram isso. Abaixo algumas imagens que foram ao ar dentro do reality. Lembrando que ele vai ao ar por volta das 21h.
Cadê o Ministério da Justiça, tão implacável com as novelas, para ver isso?
Cadê o Ministério da Justiça, tão implacável com as novelas, para ver isso?
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